Melhor Eucalipto

“As boas práticas compensam”, dizem produtores florestais

Conferência de balanço do Projecto Melhor Eucalipto aconteceu a 5 de Setembro
na Agroglobal, em Valada do Ribatejo, e juntou indústria papeleira e actores florestais. 

17/Setembro/2018: Armindo Melo não tem dúvidas: as boas práticas de gestão florestal recomendadas pela indústria papeleira através do Projecto Melhor Eucalipto compensam, podendo, em alguns casos, torná-la mais barata. Além da maior rentabilidade face a outros métodos de gestão convencionais, as boas práticas apresentam vantagens ambientais a longo prazo.

Tal como Armindo Melo, empresário do sector florestal da zona de Anadia, que fez as contas ao que gasta e ao que vai melhorar em termos de produtividade, Sónia Gouveia, da FICAPE (Cooperativa Agrícola de Figueiró dos Vinhos), António Oliveira, da OFA (Organização Florestal Atlantis) e João Goes, produtor florestal da zona de Ponte de Sôr também seguem de forma próxima o Projecto Melhor Eucalipto, consultando os seus simuladores, assistindo aos vídeos ou às sessões de informação.

No debate que decorreu no dia 5 de Setembro na Agroglobal, em Valada do Ribatejo, a utilidade do Projecto Melhor Eucalipto foi ponto assente para os quatro intervenientes, que consideram que este deve continuar e que “outras fileiras” o deviam replicar. Porque transmite boas práticas de uma forma “simples”, de “fácil compreensão”, lembra Sónia Gouveia, que usa o site e os vídeos do Projecto Melhor Eucalipto para explicar aos cooperandos da FICAPE as vantagens de seguir boas práticas na gestão da sua floresta.

António Oliveira lembrou que uma das boas práticas promovidas pelo Projecto Melhor Eucalipto – sobre a mobilização de solo – era defendida há vários anos pela OFA, que chegou a iniciar um projecto de divulgação com esse objectivo. “O Projecto Melhor Eucalipto acabou por abordar este tema à escala nacional, o que foi extremamente positivo”, considerou.

O facto de ser a própria indústria a promover e divulgar boas práticas florestais foi também apontada como um factor positivo pelos intervenientes no debate, que consideraram fundamental a expansão do Projecto Melhor Eucalipto a todos os produtores nacionais. “Na zona onde trabalho, o eucalipto é bem gerido, mas logo ao lado a floresta desordenada é um risco constante”, afirmou Armindo Melo, concluindo: “É fundamental que estas boas práticas cheguem a todos”.

Apesar da transmissão de conhecimentos ser actualmente feita de “um para mil”, o Projecto Melhor Eucalipto deverá ter uma nova fase de “um para um”, em que o produtor possa ser acompanhado no terreno pela indústria, promovendo assim uma relação de maior proximidade, defendeu João Goes.

A vertente operacional do Projecto Melhor Eucalipto foi posteriormente abordada por António de Sousa Macedo e Carlos Amaral Vieira, director geral da BIOND – Associação das Bioindústrias de Base Florestal.

António de Sousa Macedo fez uma apresentação sobre o que pretende a CELPA fazer neste campo: um projecto de apoio aos produtores, em que a associação oferece o adubo e o custo da sua aplicação no terreno aos produtores de eucalipto que efectuem adequadamente o controlo dos matos e a selecção de varas. Ambas as actividades contarão sempre com o apoio técnico por parte da CELPA, potenciando os seus resultados – veja a apresentação aqui.

No encerramento da conferência, o director geral da CELPA – Associação das Bioindústrias de Base Florestal Carlos Amaral Vieira lembrou que o Projecto Melhor Eucalipto tem muito mais ambição e que pretende continuar a entregar e a partilhar a experiência e o conhecimento desenvolvido pela indústria ao longo de décadas de investigação séria no domínio da silvicultura do eucalipto. “O que aqui aconteceu hoje foi só um balanço da actividade realizada até ao momento. Vamos continuar a ajudar produtores e proprietários, de forma mais próxima e mais robusta, através do que consideramos um verdadeiro serviço público de apoio à floresta nacional”, concluiu.

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